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quinta-feira, 18 de julho de 2013

A forma como o Benfica (não) defende

O Benfica é uma equipa que sente muitas dificuldades no processo defensivo. Com bola, o dna do Benfica de Jesus é quase sempre explorar os principais dequilibradores, procurando acções individuais. Ofensivamente o Benfica vive no limite da vertigem. Faz acelerações mas nem por isso controla o jogo. Defensivamente, quando a equipa não tem a bola, é visível que não existe um trabalho bem feito na forma como os jogadores se posicionam. Não é difícil a qualquer adversário, estar em superioridade numérica perto da nossa baliza. O sucesso ou não dessas acções dependerá da qualidade dos executantes. Mas a facilidade com que se chega à nossa grande área é preocupante e um problema que não é novo... vem-se a arrastar vai para 3 anos já... sem existirem significativas melhoras. O Benfica sem bola é inseguro e com bola, não consegue fazer uma posse racional, meter "gelo" no jogo. Sente-se com o pescoço apertado.

É só atentar ao que tem sido os nossos jogos de pré-época, embora sejam "apenas" amigáveis e dando o desconto de estarmos ainda a começar a temporada. Mas os mesmos erros, continuam lá. Os sinais são idênticos, o filme repetido. Vivemos à custa dos golos que marcamos, porque os conseguimos fazer muitas vezes e termos intérpretes do meio campo para a frente de bom nível. Mas Jesus subestima o processo defensivo em demasia. O meio campo vive muito à base da grande qualidade de Matic e Enzo, mas não podem nem conseguem estar em todo o lado, se o adversário for de um nível semelhante. Os espaços aparecem de forma inocente. Basta o adversário colocar um homem a mais no centro do terreno, quando o Benfica está em transicção defensiva, ou seja, quando perde a bola e posiciona-se em em busca de a recuperar, que a equipa sente uma dificuldade natural, treme, abana, obrigando a um grande desgaste do meio campo e expondo a defesa a calafrios. Quantas e quantas jogadas assim, já não vimos nós?

Não me parece que esta época a coisa vá ser diferente. Um treinador que tem uma ciência para o futebol, tem que ter em conta que a ciência precisa de alicerces. De bases. E Jesus esquece, que por mais que tenha um plantel com muitas e boas soluções para o ataque, por mais que tire desses jogadores o melhor rendimento possível, o alicerce de uma equipa tem que começar pela defesa e pela forma como sabe responder nos processos defensivos. A defesa ganha campeonatos. Algo que é dito na boca do povo, mas que tem grande fundo de verdade. Por vezes não fico incomodado por sofrer golos, fico incomodado é pela forma como os sofremos. Erros infantis e que nos custam em momentos decisivos muito caro. No dia em que ver o Benfica de Jesus saber gerir a posse de bola, ser cerebral, ter paciência para provocar o erro no adversário, será o dia em que eu vou saber que o Benfica melhorou a defender. O que tem uma coisa a ver com outra? Fica nas entrelinhas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Estou inteiramente de acordo com o post, acho que o JJ deveria vêr e revêr os jogos da seleção do Brasil do Scolari. O formato é idêntico ao do SLB, mas o posicionamento das peças no momento de defender é que é diferente. O Luis Gustavo não faz a dobra aos laterais, mas junta-se ao centrais para fazer de terceiro defesa e os laterais é que dobram os laterais que são muito ofensivos.
Logo, o Matic tem de fazer esse papel, poupa o esforço e mantém o equilibrio defensivo, jogando sempre em linha vertical.

Far(away) disse...

A partir do momento em que te dás conta que o Benfica comete os mesmos erros defensivos, vezes sem conta, sabes que existe um problema. Tem que ser corrigido e rapidamente.