Jogadores sob contracto, é preciso critério!

Jogadores a mais... acho que quase nenhum benfiquista sabia quantos jogadores o Benfica tinha nos seus quadros com contracto assinado, pelo menos até a uns dias. Mas o que podemos aferir é que alguns nunca chegarão a envergar a camisola do Benfica, ficando por perceber a razão pela qual foram contratados. Atenção. Nenhum clube é infalível nas contratações, ou por outra, todos os clubes cometem erros de casting. Uns mais que outros. E o Benfica, nas últimas temporadas tem tido nos seus planteis jogadores de grande nível, não preciso enumerar quais, todos saberão de cabeça dizer alguns. Mas também tem tido jogadores que são contratados sem critério algum, levantando dúvidas sobre o porquê dessas contratações. Um benfiquista consciente, não pode compactuar com isto.

Léo Kanu, Fernandez num nível, Eder Luis e Kardec noutro. De um lado da facção ou de outro, a falta de critério nas aquisições é notória. E isto precisa acabar. Precisa acabar os contentores de jogadores época após época, é fundamental, até por uma questão financeira, emagrecer a massa salarial, emagrecer a quantidade de jogadores sob contracto. A gestão desportiva de um clube tem que ser rigorosa. Não estou com isto a dizer que o Benfica não aposte em jovens talentos desconhecidos, que tenham por parte do clube boas referências. Não estou com isto a dizer que o Benfica deixe de investir tanto no mercado em busca de mais qualidade para o plantel. Estou é a dizer para o clube privilegiar a qualidade em detrimento da quantidade. Para privilegiar o pouco e bom em vez do muito e indefinido.

A criação da equipa B, não pode servir de desculpa para ter demasiados jogadores ligados ao clube. A equipa B, devia servir para criar bases para a equipa A, devia servir para formar jogadores, desenvolver as suas capacidades, para que um dia possam almejar a um patamar superior dentro do clube. Se é português ou estrangeiro, o que é fundamental é a qualidade. Mas a equipa B, também devia servir, como até tem servido em alguns casos, para dar uma oportunidade de competição aos jovens jogadores portugueses com potencial que vêm da formação ou não. O que faltava antes, dos juniores para os séniores era um palco onde os talentos maiores pudessem adaptar-se ao futebol de maior exigência, já que no Benfica, recentemente pelo menos, raros foram os casos de jogadores que vieram directamente da formação para os séniores. E andavam perdidos em empréstimos.

Esta alusão à equipa B não foi por acaso. Os mais atentos perceberão. O Benfica, precisa reorganizar, na minha opinião, muito do seu organigrama desportivo. Precisa de pessoas competentes sim, mas também de benfiquistas e por mais incrível que pareça, é possível conciliar as duas coisas. O Benfica precisa, pensar o futebol não só como uma valorização de activos, mas também incutir no clube uma filosofia de vitória, desde as bases. Precisa uniformizar todo o futebol desde os infantis até aos séniores, precisa apostar mais vezes nos jogadores que tem dentro dos seus quadros, se eles mostrarem capacidade para tal. Precisa também ter uma estrutura que acompanhe os jovens jogadores, que lhes digam o que podem vir a ser no futuro, ou o que podem vir a não ser, ou seja, alertar consciências. E se tudo isto não for feito de forma simultânea, a tendência será aumentar o número de jogadores contratados sem qualidade para actuar no clube. Exemplos não faltam. O que terá a ver uma coisa com a outra perguntarão alguns? O óbvio não devia ter que ser dito.